sábado, abril 24, 2010

E daí...

E daí, eu tava esperando o tempo passar, para ir encontrar o meu amor em São Paulo e resolvi terminar de assistir a um filme que eu havia começado a ver há quase um mês. E daí que o filme é com o George Clooney. E daí que é um daqueles filmes que te levam a pensar pra caramba e refletir sobre a sua vida e o que você quer dela.

O personagem do George é um cara que viaja muito a trabalho. Mas assim, muito mesmo. É quase um vôo para cada dia do ano. E ele não se prende a ninguém, nem a nenhum lugar e trabalha tanto que quase é considerado "inexistente" pelas irmãs dele. E ele nunca casou. E ele nunca teve filhos. E vive dando palestras motivacionais em empresas, discursando sobre como não assumir compromissos, como se livrar de tudo. Enfim, vive pro trabalho. O avião é a casa dele. E ele realmente tem problemas em criar laços com qualquer pessoa ou lugar que seja. Até que ele conhece essa mulher. Bonitona, divertida e aparentemente igualmente desprendida de tudo, semelhante até no lance de viajar bastante, ela se envolve com o Clooney.

E chega até mesmo a ir ao casamento da irmã caçula do homem. E é óbvio, no meio desse caminho aquele homem solitário, autossuficiente e bláblábláwhiskassachê se apaixona pela mulher igualmente autossuficiente. Que no fundo ele descobre que não era tão autossuficiente e desprendida assim. E eu não posso contar o final do filme, mas...

Pra resumir, o filme me fez pensar como é importante ter alguém. E como é gostoso ter com quem dividir a vida, os momentos, as alegrias e até mesmo os problemas. E como todas as minhas lembranças preferidas são de momentos que não vivi sozinha. Mesmo que você não tenha um namorado, provavelmente você tem amigos e mesmo uma família. E eu comecei a pensar como é horrível quando você se afasta de qualquer tipo de ligação. E isso me levou a também pensar em como é terrível ser workaholic.

E daí eu lembro que eu conheço pessoas muito próximas de mim que são obrigadas a ver cara feia toda vez que entram e saem do trabalho no horário. Vendo testas franzidas pela falta de horas extras. E penso que deve ser muito triste ser assim. E penso que a única coisa que pode levar uma pessoa a fazer isso é ter uma vida tão chata e assustadora do lado de fora do escritório que a melhor coisa a fazer é ficar o máximo de tempo possível trabalhando e caçando mais trabalho, adiando o momento em que você vai ter de encarar a sua vida de verdade lá fora. Isso se você realmente tiver uma vida.

E se a pessoa argumenta que "ah, eu faço hora extra pra ganhar mais dinheiro" eu penso que eu não vivo para trabalhar. Que realmente é o contrário: eu trabalho para viver e ter o meu dinheirinho a cada quinze dias. E, se esse dinheirinho for suficiente para me permitir ir ao cinema, ao estádio, comer fora e dar um presentinho pro meu amor... tá ok.

Por mais que eu realmente deseje ser rica, linda, poderosa, famosa e morar numa mansão, se para isso eu precisar ficar 19 horas por dia dentro do escritório, ou levando trabalho para casa, eu abdico de tudo isso. Por que não há nada que pague ter aqueles momentos especiais com as pessoas que eu amo. Não há nada melhor que ter ataques de riso na pizzaria com o meu amor e gritar "gol" com toda a vontade do mundo.

E daí que sei lá. São apenas pensamentos.
Bom final de semana para os meus três leitores.

3 palpites bem-vindos!:

Júlia disse...

É aquela famosa frase: "Pra que trabalhar pra ser rico, se não vai ter tempo de curtir a riqueza?"
Adoro teu blog!

www.mamae-dizia.blogspot.com
Beijos.

Rodrigo disse...

Não despreze seu potencial de ter leitores, Diandra. Não visito sou um bom stalker de blogs, faz tempo que passo por aqui vez ou outra.

Renato, o namorado disse...

Engraçado... Isso é o papo que eu tive com vc sábado, no caminho pra casa. Ou seja, esse texto estava pronto e, algumas horas depois, eu falei muita coisa sobre isso pra vc... Que medo Oo